François Chenique (Logique) – Partições do Termo

Com base em François Chenique. Elementos de Lógica Clássica (FCELC1) Partição do termo segundo a extensão e a compreensão

A compreensão de um termo é o conjunto de notas que constituem a significação deste termo.

A extensão de um termo é o conjunto de sujeitos ou temas aos quais este termo convém.

A compreensão e a extensão estão em razão inversa uma da outra. No discurso hipertextual é preciso buscar um equilíbrio entre volume de notas do contexto virtual, acionadas por hyperlinks, e eventualmente categorizadas por temas, e o poder de compreensão do texto, promovido pelas notas referenciadas em seu contexto virtual.

Partição do termo segundo a relação de sua extensão

As notas individuantes caracterizam o indivíduo, e são em número de sete: forma (forma), figura (figura), lugar (locus), tempo (tempus), raça (stirps), país (patria) e nome (nomen) (“Forma, figura, lugar, tempo, raça, país, nome, sete coisas que em comum jamais dois homens têm”)

Pode se singularizar de dois modos

Pelas demonstração (ex demonstratione): bastando lhe apor um demonstrativo do tipo “este”, “isto”, “aquele”, etc;

Algo que é apto a se encontrar em vários.

O universal material, direto ou metafísico é a quididade de um ser ou de uma coisa considerada como abstrata das condições individuantes, mas não como efetivamente comum a vários sujeitos. Trata das “ideias-atributos”.

A abstração total é aquela que considera a essência no sujeito e com o sujeito, mas sem as condições individuantes.

É a quididade abstrata comum a vários seres ou várias coisas, e considerada enquanto convém, ou pode convir, a vários sujeitos. Trata das “ideias-grupos”.

Resumindo e aplicando o exposto à hipertextualização podemos dizer que o termo que servirá de nó da rede que apreende em modo conceitual o texto com seu contexto virtual, pode ser:

geral (ou universal lógico)

coletivo

Segundo outra visualização, resumindo segundo a relação de extensão do termo, temos:

de modo restrito, indeterminado (termo particular)

se aplicando a todos tomados coletivamente (termo coletivo)

Partição do termo segundo a relação de sua compreensão

Partição do termo segundo a perfeição ou modalidade A perfeição ou modalidade do termo segundo dois pontos e vistas:

Descartes e Leibniz tornaram célebre esta partição do termo e fortemente a recomendaram, pois uma ideia clara pode por vezes ser confusa.

Resumindo, temos:

ideia confusa, se o faz reconhecer somente de modo bruto, não lapidado, não trabalhado

incompleta (ou inadequada)

não compreensiva ou apreensiva

Termo unívoco

É aquele que convém a vários segundo uma relação absolutamente idêntica.

O termo oral é equivoco se convém a vários segundo uma relação absolutamente diferente.

Analogia de atribuição

Aristóteles denomina “analogia de proporção”. Nesta analogia, a unidade se dá pelo fato que se relaciona diversos análogos a um só denominado “análogo principal”.

Não há desta feita o análogo principal, mas mútuas proporções ou relações que criam a unidade entre os análogos. Dizemos assim “o olho vê” e “a inteligência vê” porque a intelecção é para a inteligência o que a visão do sensível é para o olho: Visão/Olho=Intelecção/Inteligência.

É aquela na qual a “razão” significada pelo termo e encontra formalmente em cada um dos análogos: a visão pelo olho e pela inteligência.

Aquela na qual a “razão” não convém propriamente a não ser ao análogo, e convém aos outros por uma construção intelectual.

Partição segundo as relações dos termos entre eles Segundo as relações (habitus) que os termo têm entre eles, eles podem ser classificados:

Impertinentes (insociáveis)

Compatíveis

Iguais ou “conversíveis” ou recíprocos

Díspares (ou opostos impróprios)

Contraditoriamente